"Não sei se faz sentido para mais alguém além de mim, mas no fundo sempre escrevemos para nós mesmos. Para, como disse Hélio Pellegrino, poder nascer. E descobrir-se vivo, radicalmente vivo." (Eliane Brum)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Outono
Entre dois paredões de pedra, um caminho. Folhas quase secas penduram-se em grandes galhos. Ouça-as farfalhar. O vento decide conceder-lhes liberdade. Passam a voar. São muitas. Algumas aterrizam nos meus ombros. E juntas entoam o que pra mim parece ser o canto da chuva das folhas secas. É o tempo de se aquietar porque há também folhas, agora, sobre uma escrivaninha de madeira. Numa folha (de papel), uma tinta azul escorre de forma irregular de uma caneta de pena. Letras são traçadas com esmero. Há horas em que a pequena mão que segura a caneta treme. Acidente a formar pequenas poças de tinta que não hesitam em se casar com linhas pré desenhadas no papel. Um olhar de soslaio pede meu apoio. Um sorriso no meu rosto encoraja o ritual, que se repete em minutos sequenciados. É o tempo a se render ao instante.
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Muito bom, Mariana. Vez por outra, leio alguma coisa sua que me cai à mão e parece-me que sua "escrevência" tem ficado cada vez melhor. Pessoalmente, quem sabe um dia, possamos conversar melhor ...
ResponderExcluirObrigada, Rene! Dei uma mulherada depois de publicar. Se puder olhar.
ResponderExcluirAliás, queria muito trocar idéias com vc sobre escrita e leitura.
ResponderExcluirE lá vem ela dar poesia pra minha vida.
ResponderExcluirOh Lu, que bom vc passar aqui!
ExcluirVocê me autoriza re-postar em minha página?
ResponderExcluirClaro! Com o maior prazer! Fico tão feliz!!!
ExcluirVocê me autoriza re-postar em minha página?
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