quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Águas de dentro

 

Braços

em

deslizamento.

Quadril a balançar.

Deveria se aquietar.

Agita-se para acomodar

os remendos frágeis

de mergulhos

distantes.

Neles faltaram ar?

As mãos, acarinhadas por bolhinhas nascidas do balanço das ondas,

ao avançarem nado adiante sussuram:

Imersões tiram ar.

Quando é tempo de

submergir,

há na boca

qualquer gosto

de um voar.

Os braços seguem a nadar

num palmateio

que faz

a menina quase decolar,

levando

o respiro que

ela não sabia que

morava no

mar.