Havia vincos no rosto daquele homem que anunciavam suas partidas. As horas, os minutos e os segundos escorriam nas rusgas de seu tímido
semblante, marcado por metáforas áridas e fugas inebriantes. Ao escapar, seu movimento
era selvagem como o de um guepardo faminto. Nesses momentos não lhe ocorria qualquer ínfimo
pedaço de compaixão. Atropelava tudo e todos pelo feroz desejo de desaparecer
em ondas de poucos segundos de prazer. O prazer de não precisar voltar. O
prazer de se comprazer com a eletricidade de seu próprio corpo. O prazer de não
ser para mais ninguém.
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